domingo, 14 de agosto de 2011

Livrinhos que animaram meu fds

Esse final de semana me dediquei  muito à leitura. Fui e voltei de São Paulo de ônibus, o que significa que tive boas horas de leitura. Na ida estava terminando de ler um livro da Fernanda Young chamado O Pau. A história é bem viajada,mas uma viagem que você fica pensando o tempo todo "será possivel?", a personagem principal (Adriana) na verdade é bem louca. Ela é uma mulher que se relaciona com um jovem ator14 anos mais novo que ela. Ela é toda culta, viajada, de família rica e ele é ator de teatro praticamente sem recursos. Ela conta que o que ele tinha de mais atraente era a beleza e ainda assim forçava demais por fazer clareamento dentario e deixar os dentes muito brancos, coisa que ela detestava. Além das manias de super cuidado com pele, cabelo, etc, coisa que nem ela que era mulher se cuidava tanto. Uma vaidade exagerada e pra ela desnecessária. Ela gostava dele, lendo o livro eu acho que na verdade ela gostava do que ele proporcionava à ela, dos sentimentos, os momentos de prazer e da sensação que ela tinha ao poder ensinar as coisas pra ele. Ela gostava de saber que fundo culturalmente ela era melhor que ele. Até que um dia ela descobre uma possivel traição e desencadeia a maior série de tortura como vingança. Ela amarra ele na cama e faz uma sequencia de coisas para deixa-lo "broxa" para sempre. Com um "pau" mas  broxa. Ela trabalha com o psicologico dele, com as sensações dele, e narra direitinho cada passo do processo que dura apenas uma noite. Contando assim, parece meio idiota, e as vezes até é. Mas a narrativa é muito boa e ela (Adriana) é muito inteligente, então em vários momentos ela cita escritores e frases muito boas, ela tem uns pensamentos muito bons também.No fundo de tudo sempre tem algo de bom para ser tirado. Eu tirei algumas frases espalhadas pelo livro que achei muito boas e vou compartilha-lhas:

"[...]que o amor é realmente cego - até a primeira decepção. E que a visão que renasce, em quem amou cegamente e se viu enganado, tem lentes telescópicas. Da cegueira, você passa a enxergar tudo."

"[...] - a prova de que há um tipo de gente que se torna menos sensata, depois que passa a saber demais sobre os seres humanos.[...] As pessoas tem uma inteligência emocional diferente da inteligencia propriamente dita. E que essa inteligencia emocional, quando falta, pode fazer um gênio da matemática agir como uma anta do pantanal."

"Os melhores homens são os que mentem com estilo."

"- Veja, ele é lindo mas é genial. E nada mais incrivel do que genialidade proporcional à beleza. Sendo que ser genial é apenas uma questão de dedicação e esforço.
Como você é muito bonito, terá que se esforçar bem mais que os outros."

"...naquele instante, sentia-se capaz de subir numa torre, com uma espingarda, e atirar em inocentes."

"-E-mail? A senhora tem e-mail?
-Não.
-Hum?
-Eu não tenho e-mail. Uso pombo-correio."

"Quo vadis?"

"...percebendo que a elegância estava diretamente ligada à leitura."

"E eu vou matar esse fdp, por ter me transformado nessa que estou sendo agora."

"Quando pensamos sobre algo, e esse pensamento fica mais alto que o sentimento, é porque o sentimento já não vale mais a pena."

"[...]Simplesmente, amar a si é muito confuso para quem traz em cada pé, imãs opostos."

Além desse livro doido, na volta da viagem eu li um do Arnaldo Antunes chamado 40 escritos. São algumas publicações dele em jornais e revistas nas décadas de 80 e 90. Bem legal também. Estilos totalmente diferentes. Nesse do Arnaldo não há em si uma histórias, são simples publicações, opiniões que ele dá a respeito de algo da época ou algum livro. Eu separei também algumas pequenas frases desse outro:

"Eu devo ser um pouco bandido, se tanta gente me viu com esse olho.Eu devo ser um pouco bandido, um pouco louco, um pouco coitado, um pouco perigoso, artista, otário.
 Porque ninguém está imune ao olho do outro."

"[...]Ele está sempre disposto a reaprender como se aprende a cair depois que já se sabe andar."

"Mas normalmente os burros tentam esconder a própria burrice - o que os diferencia dos chatos, que ostentam inevitavelmente a sua condição. A burrice cantada na primeira pessoa é, ao menos, diferente."

"Fazer daquele local suportável, mas não agradável. Era preciso mantê-lo inóspito (saber a todo momento que não tinha nada a ver comigo), mas era onde eu estava, então nem tanto e por isso mesmo. Procurava o ponto de equlíbrio entre o desejo de sair e a capacidade de me relacionar com aquilo."

"Clareza. Falem claro. Dois olhos sabem ver mas não são o faro."

"A crise do sentido é também uma crise da verdade. Um fato é a intersecção entre suas versões, ou apenas uma delas? Ou nenhuma delas? Entender e sentir são sinônimos? Para meio entendedor boa palavra basta?"

"Eu sou desafinado mas berro bem as palavras. Para transformá-las em coisas, em vez de substituirem as coisas."

"Quem é mais culpado pela vida besta o medo de morrer ou o medo de sofrer?"

"[...]Mas contra o sol da purez não há peneira ideológica."

Chega! Já escrevi/ copiei demais!

Além dos livros eu li alguns textos do Caio Fernando Abreu que é minha paião, mas hoje não falarei nada sobre eles. Fica pra um outro dia...

Encerro esse post com a frase da Adriana, personagem do livro da Fernanda Young:
"...a elegância estava diretamente ligada à leitura."

Por isso, vamos ler moçada!

Beijos
A.


Um comentário:

  1. Amiiiigaa!!
    Tão feliz que começou a escrever aqui!! Sério

    Desejo muitos versos, palavras soltas e pensamentos incontroláveis para nunca deixar de postar aqui.

    Não se esqueça que as palavras tem mais força do que imaginamos.

    E rachei POUCO com a descrição do livro da Young! Lembrei da gente na fila! hhahhahahaahh

    Amo você!!

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